Orientação aos Adultos (pais/responsáveis):
A ingestão de álcool compromete diversas funções metabólicas, como a função renal, cardiovascular, muscular, a termoregulação corporal e o metabolismo de carboidratos. Porém o impacto do álcool na performance e na recuperação após o exercício físico ainda não são totalmente elucidados.
O texto que escrevo hoje para o “OPINIÃO QUALIFICADA” visa fornecer informações sobre como o álcool pode prejudicar tanto a prática do exercício físico quanto o desempenho do atleta, bem como seu impacto na recuperação. No final coloco dicas sobre como um atleta ou praticante de atividade física deve se portar frente ao consumo de bebidas alcoólicas.
Metabolismo
A ingestão aguda de álcool, conforme apontam alguns experimentos, afeta o metabolismo dos carboidratos no fígado e no músculo. Em alguns estudos em humanos ele diminuiu a captação de glicose pelo músculo esquelético e prejudicou a utilização da glicose durante o exercício.
Conforme algumas pesquisas, o álcool não prejudica o uso de ácidos graxos livres ou a lipólise durante o exercício intenso ou prolongado. Porém este pode reduzir a liberação esplâncnica de glicose, reduzir a gliconeogênese hepática, provocando a diminuição dos estoques de glicose no sangue e levando ao quadro de hipoglicemia.
Músculo esquelético x álcool
Em estudos realizados com ratos foram encontradas algumas hipóteses de ações prejudiciais do álcool sobre o músculo esquelético.
A primeira seria que o álcool impede a transição dos íons de cálcio para dentro do miócito através da inibição dos canais de cálcio do sarcômero, prejudicando o mecanismo de contração-relaxamento muscular. Já a segunda seria que o consumo de álcool após o exercício pode comprometer a integridade do sarcômero por aumentar as quantidades de creatina quinase intracelular. Porém, são necessários estudos em humanos para melhores conclusões.
Termoregulação e hidratação
O álcool possui efeito inibitório sobre o hormônio anti-diurético (ADH) e também é um potente vasodilatador periférico. Esta perda de líquido aumenta principalmente com a evaporação, que agrava inda mais a desidratação. Existe ainda a interferência de mecanismos centrais de termoregulação que acabam diminuindo a temperatura corporal central.
Caloria vazia
O valor calórico de 1 grama de carboidrato ou proteína contém 4 kcal, já para os lipídeos cada grama possui 9 kcal. Em relação ao álcool, 1 grama contém 7 kcal. Muitos nutricionistas utilizam o termo “caloria vazia” pois é um alimento altamente calórico e não possui vitaminas e minerais em sua composição.
Desempenho
O álcool é um conhecido depressor do sistema nervoso central (SNC) e por isto, conforme alguns autores, prejudica funções, como: a memória, o tempo de reação, a precisão de habilidades motoras finas e o sono.
Portanto, ele não é uma substância capaz de melhorar a força, a potência, a endurance muscular e inclusive pode diminuir o desempenho durante o exercício.
Álcool x recuperação
Pesquisas recentes demonstram que o uso crônico do álcool promove a liberação de citocinas pró-inflamatórias, o que causa estresse sobre a musculatura, podendo levar à miopatia do músculo esquelético. Também foram encontrados impactos metabólicos na ingestão do álcool logo após a atividade física, como a diminuição da ressíntese de glicogênio muscular e das proteínas musculares (através da supressão da enzima m-TOR). Ressalta-se que ainda são necessários mais estudos para verificar a relação entre álcool e recuperação após o exercício.
A literatura traz uma série de complicações advindas do uso do álcool, tanto de forma aguda quanto crônica. Como mencionado anteriormente, ele possui efeitos deletérios sobre uma série de funções do organismo (sistema renal, cardiovascular, dentre outros), evidenciando os malefícios desta substância à saúde.
Mesmo conhecendo sobre os agravos do álcool na saúde, ainda são insuficientes os estudos sobre a relação álcool e exercício em humanos. Porém, com base nos estudos com ratos de que existe esta relação, sugere-se que atletas ou praticantes de atividade física sejam cautelosos ao fazer ingestão do álcool, principalmente durante, pré e após o exercício físico.
DICAS:
Evite ingerir bebidas alcoólicas 48h antes da sua prova, visando garantir sua hidratação;
Evite o consumo excessivo de bebidas destiladas devido ao seu teor alcoólico e calórico;
Caso consuma alguma bebida alcoólica, prefira o vinho, pois contém resveratrol. Esta substância é um polifenol conhecido pelas suas propriedades antioxidantes,
antiinflamatórias e anticancerígenas;
Evite o consumo de álcool logo após a atividade física, pois diminui a ressíntese de glicogênio e proteínas musculares;
De acordo com a American Heart Association (2006), limite o consumo de bebidas alcoólicas: no máximo dois drinques por dia para homens e uma bebida por dia para mulheres;
O texto que escrevo hoje para o “OPINIÃO QUALIFICADA” visa fornecer informações sobre como o álcool pode prejudicar tanto a prática do exercício físico quanto o desempenho do atleta, bem como seu impacto na recuperação. No final coloco dicas sobre como um atleta ou praticante de atividade física deve se portar frente ao consumo de bebidas alcoólicas.
Metabolismo
A ingestão aguda de álcool, conforme apontam alguns experimentos, afeta o metabolismo dos carboidratos no fígado e no músculo. Em alguns estudos em humanos ele diminuiu a captação de glicose pelo músculo esquelético e prejudicou a utilização da glicose durante o exercício.
Conforme algumas pesquisas, o álcool não prejudica o uso de ácidos graxos livres ou a lipólise durante o exercício intenso ou prolongado. Porém este pode reduzir a liberação esplâncnica de glicose, reduzir a gliconeogênese hepática, provocando a diminuição dos estoques de glicose no sangue e levando ao quadro de hipoglicemia.
Músculo esquelético x álcool
Em estudos realizados com ratos foram encontradas algumas hipóteses de ações prejudiciais do álcool sobre o músculo esquelético.
A primeira seria que o álcool impede a transição dos íons de cálcio para dentro do miócito através da inibição dos canais de cálcio do sarcômero, prejudicando o mecanismo de contração-relaxamento muscular. Já a segunda seria que o consumo de álcool após o exercício pode comprometer a integridade do sarcômero por aumentar as quantidades de creatina quinase intracelular. Porém, são necessários estudos em humanos para melhores conclusões.
Termoregulação e hidratação
O álcool possui efeito inibitório sobre o hormônio anti-diurético (ADH) e também é um potente vasodilatador periférico. Esta perda de líquido aumenta principalmente com a evaporação, que agrava inda mais a desidratação. Existe ainda a interferência de mecanismos centrais de termoregulação que acabam diminuindo a temperatura corporal central.
Caloria vazia
O valor calórico de 1 grama de carboidrato ou proteína contém 4 kcal, já para os lipídeos cada grama possui 9 kcal. Em relação ao álcool, 1 grama contém 7 kcal. Muitos nutricionistas utilizam o termo “caloria vazia” pois é um alimento altamente calórico e não possui vitaminas e minerais em sua composição.
Desempenho
O álcool é um conhecido depressor do sistema nervoso central (SNC) e por isto, conforme alguns autores, prejudica funções, como: a memória, o tempo de reação, a precisão de habilidades motoras finas e o sono.
Portanto, ele não é uma substância capaz de melhorar a força, a potência, a endurance muscular e inclusive pode diminuir o desempenho durante o exercício.
Álcool x recuperação
Pesquisas recentes demonstram que o uso crônico do álcool promove a liberação de citocinas pró-inflamatórias, o que causa estresse sobre a musculatura, podendo levar à miopatia do músculo esquelético. Também foram encontrados impactos metabólicos na ingestão do álcool logo após a atividade física, como a diminuição da ressíntese de glicogênio muscular e das proteínas musculares (através da supressão da enzima m-TOR). Ressalta-se que ainda são necessários mais estudos para verificar a relação entre álcool e recuperação após o exercício.
A literatura traz uma série de complicações advindas do uso do álcool, tanto de forma aguda quanto crônica. Como mencionado anteriormente, ele possui efeitos deletérios sobre uma série de funções do organismo (sistema renal, cardiovascular, dentre outros), evidenciando os malefícios desta substância à saúde.
Mesmo conhecendo sobre os agravos do álcool na saúde, ainda são insuficientes os estudos sobre a relação álcool e exercício em humanos. Porém, com base nos estudos com ratos de que existe esta relação, sugere-se que atletas ou praticantes de atividade física sejam cautelosos ao fazer ingestão do álcool, principalmente durante, pré e após o exercício físico.
DICAS:
Evite ingerir bebidas alcoólicas 48h antes da sua prova, visando garantir sua hidratação;
Evite o consumo excessivo de bebidas destiladas devido ao seu teor alcoólico e calórico;
Caso consuma alguma bebida alcoólica, prefira o vinho, pois contém resveratrol. Esta substância é um polifenol conhecido pelas suas propriedades antioxidantes,
antiinflamatórias e anticancerígenas;
Evite o consumo de álcool logo após a atividade física, pois diminui a ressíntese de glicogênio e proteínas musculares;
De acordo com a American Heart Association (2006), limite o consumo de bebidas alcoólicas: no máximo dois drinques por dia para homens e uma bebida por dia para mulheres;
REFERÊNCIAS
AMERICAN HEART ASSOCIATION NUTRITION COMMITTEE, Lichtenstein AH, Appel LJ, et al.Diet and lifestyle recommendations revision 2006: a scientific statement from the American Heart Association Nutrition Committee. Circulation 2006; 114:82
BURKE, L.M. et al. Effect of the alcohol intake on muscle glycogen storage after prolonged exercise. J Appl Physiol 95: 983–990, 2003. Disponível em: .
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Uso de álcool nos esportes. Rev Bras Med Esport – Vol. 3, Nº 3 – Jul/Set, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php…;.
GRAHAM, T. Thermal and glycemic responses during mild exercise in +5 to –15ºC environments following alcohol ingestion. Aviat Space Environ Med 1981;25:517-22.
TANGNEY, C.C.; ROSENSON, R.S. Cardiovascular benefits and risks of moderate alcohol consumption. Disponível em: <http://www.uptodate.com/…/cardiovascular-benefits-and-risks…;.
AMERICAN HEART ASSOCIATION NUTRITION COMMITTEE, Lichtenstein AH, Appel LJ, et al.Diet and lifestyle recommendations revision 2006: a scientific statement from the American Heart Association Nutrition Committee. Circulation 2006; 114:82
BURKE, L.M. et al. Effect of the alcohol intake on muscle glycogen storage after prolonged exercise. J Appl Physiol 95: 983–990, 2003. Disponível em: .
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Uso de álcool nos esportes. Rev Bras Med Esport – Vol. 3, Nº 3 – Jul/Set, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php…;.
GRAHAM, T. Thermal and glycemic responses during mild exercise in +5 to –15ºC environments following alcohol ingestion. Aviat Space Environ Med 1981;25:517-22.
TANGNEY, C.C.; ROSENSON, R.S. Cardiovascular benefits and risks of moderate alcohol consumption. Disponível em: <http://www.uptodate.com/…/cardiovascular-benefits-and-risks…;.
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