terça-feira, 3 de outubro de 2017

OS ANABOLIZANTES

Características, funções e principais efeitos
Os anabolizantes (esteróides androgênicos anabólicos) são hormônios sintéticos que imitam o hormônio testosterona. Apesar de ser conhecido como um hormônio masculino, a testosterona também é encontrada nas mulheres, em quantidade bem menor.

A testosterona natural tem dois efeitos distintos no organismo:

  1. Efeito andrógeno: influencia nas características masculinas como mudança de voz, crescimento do órgão sexual, crescimento de bigode e barba, além de pêlos nas axilas e áreas genitais, e agressividade.
  2. Efeito anabólico: tem influencia no controle de gordura, aumento de massa muscular, força, etc.
  3. Video Alerta sobre o assunto: 
O desenvolvimento dos esteróides anabólicos teve como objetivo o aumento do efeito anabólico e a diminuição do efeito andrógeno. No entanto, não houve sucesso na tentativa de obter um anabolizante sem o efeito andrógeno.
Os anabolizantes sintéticos são utilizados no tratamento de algumas doenças, porém, a maior parte dos usuários utiliza com o objetivo de aumentar a capacidade de treinamento (diminuição da fadiga), com conseqüente aumento da força física e da massa muscular. Entre os atletas profissionais, o uso dessa substancia caracteriza doping. O uso é maior entre os homens, mas o índice de mulheres usuárias de anabolizantes é crescente.
Os anabolizantes são encontrados como comprimidos, cápsulas e injeções intramusculares. Os usuários de anabolizantes podem desenvolver dependência.
São inúmeros os possíveis efeitos colaterais. Alguns são comuns a homens e mulheres, enquanto outros são específicos a cada sexo.

HOMENSMULHERES
CalvícieVirilização (engrossamento da voz, aparecimento de pêlos na face, etc.)
Ginecomastia (crescimento dos mamilos)Amenorréia (menstruação precoce)
Hipertrofia da próstata e/ou diminuição dos genitais.Hipertrofia do clitóris (aumento do órgão sexual feminino).
Acne leve (algumas espinhas) ou severa (centenas de espinhas pelo corpo)
Impotência e Esterilidade
Agressividade
Hipertensão
Limitação do Crescimento
Problemas de Tendões e Ligamentos
Aumento do Colesterol (gordura nas artérias, órgãos e células corporais)
Dores de Cabeça
Enrijecimento das articulações
Hepatotoxidade (toxinas no fígado)
Insônias
Selamento das epífises ósseas (paralisação do crescimento ósseo)
Coronáriopatias (doença das artperias do coração)


Tratamento Médico
Os anabolizantes podem ser usados para tratar alguns problemas de saúde, mas com cuidadoso acompanhamento médico. Veja alguns exemplos:
·    Hipogonadismo: casos em que os testículos produzem pouca testosterona, levando à infertilidade e diminuição da libido;
·         Doenças compulsivas: casos em que a pessoa vai se definhando;
·         Doenças musculares;
·         Velhice ou andropausa: quando há queda sensível na qualidade de vida. Nos casos de mulheres com problemas na menopausa, a terapia de reposição hormonal só é feita em casos específicos, pois vem sendo relacionada ao desenvolvimento de câncer;
·        Em portadores de HIV: para recuperar a perda de massa muscular e reforçar o sistema imunológico;
·        Em tratamentos de obesidade: o hormônio masculino provoca um aumento do metabolismo e, com isso, aumenta a “queima” de gorduras.
Infelizmente, porém, esses compostos vêm sendo utilizados indiscriminadamente e sem receita médica por jovens saudáveis que querem ficar mais fortes e mais bonitos esteticamente, por atletas que querem aumentar seu desempenho em competições e por praticantes de fisiculturismo, que procuram aumentar a massa muscular por um caminho mais fácil.
Uso de esteroides anabolizantes
Muitos desses jovens são incentivados até mesmo por um treinador ou personal trainer, que desenvolveu “sua própria terapêutica”, indicando a quantidade que ele acha que dará mais resultado em cada jovem. Mas essa prática não tem nenhuma base científica e o treinador não sabe como a droga reagirá individualmente no organismo.
Outros são influenciados por amigos e conhecidos e, é por isso que principalmente em academias esse produto é muito procurado. Mas o que esses jovens (principalmente homens na idade de 18 a 34 anos) não se dão conta é que o uso desses hormônios pode prejudicar em muito a saúde e trazer muitos efeitos indesejados. Na figura a seguir são mostrados alguns desses:
Efeitos adversos do uso de anabolizantes
Além desses efeitos temos tremores, aumento da pressão sanguínea, intolerância à glicose, aumento do colesterol LDL e diminuição do colesterol HDL (forma boa de colesterol), variação do humor, agressividade e raiva incontroláveis, ciúme patológico, extrema irritabilidade, insônia, sentimentos de invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos.
A prescrição e a venda indiscriminada dos anabolizantes têm levado à existência de produtos de baixa qualidade que entram ilegalmente em nosso país. Isso agrava ainda mais o efeitos adversos, pois muitas dessas substâncias vendidas são falsificadas e acondicionadas em ampolas não esterilizadas e misturadas a outras drogas. Já houve casos de pessoas que utilizaram produtos veterinários à base de esteroides, sem saber o risco desses medicamentos em humanos.
Outro problema grave relacionado ao uso de anabolizantes é que faz com que o usuário passe a usar também outras drogas recreativas, para, entre outros motivos, combater os sintomas de insônia e irritabilidade causados pelos EAA.
Doping "Alerta aos atletas e futuros atletas"
Os atletas que usam esses esteroides são proibidos pelo Comitê Olímpico Internacional de participar de competições, pois os nomes desses compostos foram incluídos na lista de drogas cujo uso é considerado doping.
Um caso trágico que nos mostra isso ocorreu nas Olimpíadas de Seul (Coreia do Sul) em 1988. A atleta norte-americana Florence Griffith Joyner bateu o recorde de 100 metros rasos e ficou com a medalha de ouro. No entanto, havia suspeitas de que ela utilizava drogas e essas suspeitas se tornaram ainda maiores quando em 1998 ela sofreu um ataque cardíaco e morreu prematuramente, aos 38 anos de idade.
Florence Griffith Joyner: morte prematura e suspeita de doping
Esse e outros exemplos nos mostram que realmente não vale a pena usar essas drogas para encurtar o esforço necessário para obter os resultados desejados, pois eles também acabam “encurtando” outros prazeres da vida e, muitas vezes, a própria vida.
PROF. FABIO LEÃO


QUESTIONÁRIO


1. O que são anabolizantes?

2. Em que forma industrial são apresentados? Dê exemplos.

3. Fale sobre os principais hormônios produzidos naturalmente no organismo humano e suas respectivas funções?

4. Onde são produzidos os hormônios no nosso corpo? Escreva sobre todos o Excretores e Glândulas mencionados em sala de aula e seus respectivos hormônios.

5. Quais os efeitos naturais da Testosterona no organismo humano?

6. Cite os efeitos colaterais do uso indiscriminado dos Esteroides Adrógenos Anabólicos - EAA's nos homens?

7. Descreva e explique os efeitos colaterais do uso indiscriminado dos Hormônios Sintéticos nas mulheres?

8. Mostre os efeitos colaterais do uso indiscriminado de Anabolizantes comuns a homens e mulheres?

9. Existe a possibilidade legal e médica permitida do uso EAA's? E quais são as doenças tratáveis a base dos hormônios sintéticos, escreva e explique cada uma?



10. Por quê é considerado "Dopping" no Esportes Olímpicos? Explique e dê exemplos de punições nos determinados esportes.
REFERÊNCIAS:
http://www.infoescola.com/bioquimica/anabolizantes/
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/esteroides-anabolizantes-forca-beleza-enganosas.htm
https://youtu.be/9Bn7rHeiNI8
https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-uso-de-anabolizantes/
http://www.minhavida.com.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

Efeitos do Álcool nos Esportes +18

Orientação aos Adultos (pais/responsáveis):

A ingestão de álcool compromete diversas funções metabólicas, como a função renal, cardiovascular, muscular, a termoregulação corporal e o metabolismo de carboidratos. Porém o impacto do álcool na performance e na recuperação após o exercício físico ainda não são totalmente elucidados.
O texto que escrevo hoje para o “OPINIÃO QUALIFICADA” visa fornecer informações sobre como o álcool pode prejudicar tanto a prática do exercício físico quanto o desempenho do atleta, bem como seu impacto na recuperação. No final coloco dicas sobre como um atleta ou praticante de atividade física deve se portar frente ao consumo de bebidas alcoólicas.
Metabolismo
A ingestão aguda de álcool, conforme apontam alguns experimentos, afeta o metabolismo dos carboidratos no fígado e no músculo. Em alguns estudos em humanos ele diminuiu a captação de glicose pelo músculo esquelético e prejudicou a utilização da glicose durante o exercício.
Conforme algumas pesquisas, o álcool não prejudica o uso de ácidos graxos livres ou a lipólise durante o exercício intenso ou prolongado. Porém este pode reduzir a liberação esplâncnica de glicose, reduzir a gliconeogênese hepática, provocando a diminuição dos estoques de glicose no sangue e levando ao quadro de hipoglicemia.
Músculo esquelético x álcool
Em estudos realizados com ratos foram encontradas algumas hipóteses de ações prejudiciais do álcool sobre o músculo esquelético.
A primeira seria que o álcool impede a transição dos íons de cálcio para dentro do miócito através da inibição dos canais de cálcio do sarcômero, prejudicando o mecanismo de contração-relaxamento muscular. Já a segunda seria que o consumo de álcool após o exercício pode comprometer a integridade do sarcômero por aumentar as quantidades de creatina quinase intracelular. Porém, são necessários estudos em humanos para melhores conclusões.
Termoregulação e hidratação
O álcool possui efeito inibitório sobre o hormônio anti-diurético (ADH) e também é um potente vasodilatador periférico. Esta perda de líquido aumenta principalmente com a evaporação, que agrava inda mais a desidratação. Existe ainda a interferência de mecanismos centrais de termoregulação que acabam diminuindo a temperatura corporal central.
Caloria vazia
O valor calórico de 1 grama de carboidrato ou proteína contém 4 kcal, já para os lipídeos cada grama possui 9 kcal. Em relação ao álcool, 1 grama contém 7 kcal. Muitos nutricionistas utilizam o termo “caloria vazia” pois é um alimento altamente calórico e não possui vitaminas e minerais em sua composição.
Desempenho
O álcool é um conhecido depressor do sistema nervoso central (SNC) e por isto, conforme alguns autores, prejudica funções, como: a memória, o tempo de reação, a precisão de habilidades motoras finas e o sono.
Portanto, ele não é uma substância capaz de melhorar a força, a potência, a endurance muscular e inclusive pode diminuir o desempenho durante o exercício.
Álcool x recuperação
Pesquisas recentes demonstram que o uso crônico do álcool promove a liberação de citocinas pró-inflamatórias, o que causa estresse sobre a musculatura, podendo levar à miopatia do músculo esquelético. Também foram encontrados impactos metabólicos na ingestão do álcool logo após a atividade física, como a diminuição da ressíntese de glicogênio muscular e das proteínas musculares (através da supressão da enzima m-TOR). Ressalta-se que ainda são necessários mais estudos para verificar a relação entre álcool e recuperação após o exercício.
A literatura traz uma série de complicações advindas do uso do álcool, tanto de forma aguda quanto crônica. Como mencionado anteriormente, ele possui efeitos deletérios sobre uma série de funções do organismo (sistema renal, cardiovascular, dentre outros), evidenciando os malefícios desta substância à saúde.
Mesmo conhecendo sobre os agravos do álcool na saúde, ainda são insuficientes os estudos sobre a relação álcool e exercício em humanos. Porém, com base nos estudos com ratos de que existe esta relação, sugere-se que atletas ou praticantes de atividade física sejam cautelosos ao fazer ingestão do álcool, principalmente durante, pré e após o exercício físico.
DICAS:
Evite ingerir bebidas alcoólicas 48h antes da sua prova, visando garantir sua hidratação;
Evite o consumo excessivo de bebidas destiladas devido ao seu teor alcoólico e calórico;
Caso consuma alguma bebida alcoólica, prefira o vinho, pois contém resveratrol. Esta substância é um polifenol conhecido pelas suas propriedades antioxidantes,
antiinflamatórias e anticancerígenas;
Evite o consumo de álcool logo após a atividade física, pois diminui a ressíntese de glicogênio e proteínas musculares;
De acordo com a American Heart Association (2006), limite o consumo de bebidas alcoólicas: no máximo dois drinques por dia para homens e uma bebida por dia para mulheres;
REFERÊNCIAS
AMERICAN HEART ASSOCIATION NUTRITION COMMITTEE, Lichtenstein AH, Appel LJ, et al.Diet and lifestyle recommendations revision 2006: a scientific statement from the American Heart Association Nutrition Committee. Circulation 2006; 114:82
BURKE, L.M. et al. Effect of the alcohol intake on muscle glycogen storage after prolonged exercise. J Appl Physiol 95: 983–990, 2003. Disponível em: .
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Uso de álcool nos esportes. Rev Bras Med Esport – Vol. 3, Nº 3 – Jul/Set, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php…;.
GRAHAM, T. Thermal and glycemic responses during mild exercise in +5 to –15ºC environments following alcohol ingestion. Aviat Space Environ Med 1981;25:517-22.
TANGNEY, C.C.; ROSENSON, R.S. Cardiovascular benefits and risks of moderate alcohol consumption. Disponível em: <http://www.uptodate.com/…/cardiovascular-benefits-and-risks…;.